Dieval, o corvo, é quem contrata os serviços da A.T. A princípio Malévola não concorda, pois acredita que não precisa de ajuda, mas é Dieval que a convence de pelo menos receber a AT uma vez para saber como será. Ao chamar a AT, Dieval conta que desde que Malévola foi traída por Stefan, ela mudou-se completamente, fixando-se apenas neste fato do passado, tudo girava em torno disso, Malévola não conseguia um dia sequer não pensar ou não falar sobre o ódio que sentia por Stefan, esse ódio transformou seu mundo em um lugar escuro e triste. Mas o que mais estava preocupando Dieval, era que de uns tempos pra cá, essa fixação estava mais forte ainda, e Malévola passava todo o seu tempo planejando planos mirabolantes para vingar-se de Stefan.
Malévola: Qual o motivo de querer conhecer meu reino? Um reino escuro, sombrio e cheio de maldade? Você está mentindo ao dizer que quer conhecê-lo.
AT: Mas não foi isso que eu notei nos lugares que passei até chegar aqui. Realmente a maior parte que vi é escura e sombria, mas também pude ver outras coisas como flores e passarinhos verdes.
Malévola: No meu reino não tem essas coisas com cores, certamente não foi aqui que você viu isso.
Responde, com toda arrogância.
AT: Ahhhh, foi aqui sim. Inclusive bem próximo à sua casa encontrei com vários pássaros coloridos cantando.
Malévola: Não, no meu reino não. Ele não foi criado para isso. Aqui não prosperam pássaros. Aqui só vivem os pássaros negros e amaldiçoados.
A AT insiste em dizer que havia encontrado outras coisas, mas Malévola se irrita e diz em voz alta:
__Ninguém conhece este reino tão bem quanto eu, fui eu quem o criou assim e sei cada pedaço que ele tem . Ele é todo negro e não cabe nenhuma outra cor. Gosto dele escuro, e por isso nunca terá luz ou qualquer colorido.
Depois desse momento, não teve nenhuma outra conversa por parte de Malévola. A AT foi embora e disse que voltaria para que elas continuassem a conversar.
Outras sessões se deram, e a cada vez ficava mais claro para a AT a forma que Malévola via o mundo. Seus discursos giravam sempre em torno do ódio e da vingança. O vínculo terapêutico foi se dando gradativamente, e cada vez se fortalecendo mais.
Agora Malévola já saia do quarto, e já havia passeado com a AT em algumas partes do reino. A desconfiança que sentia de todos também era clara, mas a AT notava que em alguns momentos Malévola amolecia um pouco, deixando escorrer algumas lágrimas que rapidamente eram secas, demonstrando de certa forma, confiança em expor sentimentos como a tristeza, na opinião da AT.
– Passeios por outros reinos, duas vezes por semana, a fim de que pudesse conhecer outros lugares, e quem sabe entreter-se com alguma coisa ou alguma pessoa. Esses passeios também proporcionariam que ela tivesse contato com outros ambientes, diferente do que estava vivendo há 16 anos, visto que esses reinos que seriam visitados são coloridos e alegres, podendo despertar a vontade de transformar seu reino em um lugar mais agradável.